21 de jan. de 2011

Evolução?

"Passagem lenta e gradual de uma a outra forma estável; mudança".

Você deve estar se perguntando: Pra quê isso? Pois bem, isso serve para nós entendermos que evolução é a passagem de um estado para outro. Passagem essa que não necessariamente é positiva. As pessoas frequentemente têm dificuldade em entender esse conceito, pincipalmente no que se refere ao Parkour.

A gana por uma progressão rápida e eficiente faz com que praticantes percam o foco, o equilíbrio e, naturalmente, se machuquem. Aranhões, escoriações são corriqueiros na prática, assim como em qualquer outra que exija um pouco mais do corpo. Contudo, é cada vez mais frequente encontrarmos praticantes com lesões permanentes causadas pelo uso indevido do corpo. Alongar, aquecer, preparar o corpo gradativamente para receber impacto, pode parecer chato, mas esse processo é de suma importância para o desenvolvimento gradual e positivo do corpo.

Afinal, é melhor ter um corpo forte e saudável hoje, ou um corpo forte e saudável pelo maior tempo possível?


Observando o passado, o Parkour é, pouco a pouco, banalizado. Anteriormente, iniciar-se na prática e galgar algum desenvolvimento era algo extremamente complicado e mais valorizado. Não estamos dizendo que os iniciantes devem sofrer para evoluir e assim dar o valor adequado a cada conquista. Estamos dizendo que eles deveriam ser educados a valorizar o próprio corpo, ou melhor, valorizar a si próprio – afinal você é seu corpo.

A negligência citada não é só com a parte física, mas com a ideologia inerente à prática. Historicamente o Parkour prega o prazer pelo “treino” árduo, pela disciplina, mas também prega a determinação necessária para continuar treinando independente das dificuldades, mesmo quando não está mais divertido, mesmo quando o corpo não responde da maneira esperada, mesmo quando parece esforço ou parece perder o sentido.

O Parkour é, antes de tudo, você contra seus instintos, você contra a sua vontade de desistir.

Preocupa-nos ver o desgaste do “Être et Durer”, pois, hoje os praticantes iniciam no Parkour sem o mínimo de instrução e enjoam tão rápido quanto começam a evoluir. O Parkour tem virado, gradativamente, uma prática hedonista. Obviamente que o lúdico está intrinsecamente ligado à técnica, todavia, o significado da prática está se perdendo gradualmente.

É necessário reforçar durante a instrução de novos iniciantes – e quase sempre veteranos – a filosofia do Parkour, de forma que todos os praticantes a compreendam e vivenciem, pois, não basta apenas entender a sua definição, é preciso senti-la na pele. Obviamente precisamos sentir prazer ao treinar – isso não necessariamente quer dizer diversão – entretanto, se nada for feito, o Parkour não passará de uma prática vazia.

5 comentários:

Filipe Matos disse...

Achei muito interessante o texto!
Eu começei a treinar parkour no 2º ano e o assunto de biologia era Evolução e a professora sempre fazia questão de reforçar essa questão de que o a evolução não é pra melhor e talz
HAHAHHAHAH
só faltou dizer quem escreveu o texto >.<'

Filipe Matos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Muito bom! me fez refletir melhor quanto a minha inquietação pela evolução rápida...
afinal não teria muita graça se em 1 único dia conseguíssemos o que queremos(não to dizendo que é impossível), perderia o sentido treinar.

George Sousa disse...

Legal o texto, além de nos incentivar a treinar faz com que a gente olhe para trás e veja o quanto evoluiu e perceber que esta evolução não foi de um dia para o outro.

Joseph disse...

QUERO APRENDER E TREINAR LE PARKOUR MORO EM SALVADOR NO BAIRRO DA LIBERDADE

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...