11 de mar. de 2011

Fala Tracer! - 02


Pois é galera, chegamos à segunda edição do “Fala Tracer!” o nosso tracer redator da semana foi o Stephan Dylan, mais conhecido como Xixi, discorrendo um pouco sobre a imagem que a mídia divulga do parkour e como isso influência os novos praticantes. Uma boa dica pra quem acha o parkour uma prática “radical”.

Fala Tracer!


Como sempre os nossos queridos amigos, os jornais e revistas nos ajudam na árdua tarefa de passar o conhecimento verdadeiro sobre parkour. Sempre tem um pra dizer que é esporte, o que até aí não é um problema, afinal eles precisam usar uma palavra para os leigos associarem a prática a uma coisa familiar. Agora, o problema de fato é o uso da palavra radical, ou em casos extremos, um enfadonho ultra-radical (sim, isso realmente foi escrito em uma reportagem).

E, aparentemente, essas reportagens que tratam parkour como um esporte radical cheio de adrenalina têm efeito (negativo) sobre os leitores. O que não falta são iniciantes abandonando a prática depois do primeiro ou segundo treino ao perceber que se trata de mais que diversão pras horas vagas. Até os que não abandonam, em sua grande maioria começam a treinar com aquela ideia de “Caralho! Isso é muito irado, quero fazer também!”

Mas não podemos só culpar a desinformação dos jornais e revistas eletrônicas. Vídeos e mais vídeos de parkour circulam na internet e, sem nenhuma palavra, certa ou errada, atrai pessoas em busca de adrenalina ou algo para poder se exibir. Alguns ainda passam a entender que parkour e freerunning são nomes diferentes para a mesma prática. Já o poder dos textos sobre essa alienação é mínimo, pois uma parcela minúscula dos iniciantes procura estudar sobre parkour, e dessa parcela, só uma parte vai estudar o suficiente para ganhar uma compreensão razoável sobre parkour. Na verdade, aposto que 1 entre cada 10 pessoas que lerem isso aqui antes de seu primeiro treino vai atingir o objetivo que dei para essas palavras.

Eu sou exemplo de tudo que escrevi até agora. Há pouco mais de um ano, procurando o que fazer com os amigos nas tardes pacatas de Caravelas, foi-me apresentado um vídeo intitulado “parkour/freerunning”. A partir daí comecei a “brincar” de parkour, e realmente pra mim aquilo era mais um jogo. Sem treino nem nada, imitava os vídeos e fazia desafios com os amigos. Algumas semanas após sair de lá e chegar em Salvador, estava no meu segundo treino e minhas noções sobre parkour foram questionadas. Foi por pouco que simplesmente não deixei tudo pra lá e fui buscar outra coisa pra fazer quando percebi que isso iria exigir de mim, mais do que estava disposto a fazer.

Então, caro futuro tracer que parou para ler esse texto, tenha isso em mente: Não estamos falando de skate, surf, rapel, entre outros esportes, que basta aprender técnicas e partir pra diversão. Se você pretende se levar a serio como tracer, saiba que haverá sim diversão durante os treinos, mas seu corpo e sua mente vão passar por alterações, que podem não ser tão divertidas assim. O parkour ganha uma dimensão muito maior na sua vida do que um esporte qualquer, sua dedicação com a prática é maior e ele se torna constante na sua vida, te dando uma visão diferente do mundo em vários aspectos.

Apesar de tudo, tenho certeza de que os leitores não veteranos ainda estão se perguntando “Afinal que diabos é parkour?”. Primeiramente, parkour não tem uma definição, então catalogá-lo é uma tarefa impossível. Os conceitos e classificação mudam de um tracer pra outro, e com o tempo também. Para alguns, parkour é uma filosofia; outros vão mais longe, o tratando como um modo de vida; e também existem os que dizem “parkour é... parkour”. Por enquanto, crie uma base se informando com outros tracers e espere até conseguir formalizar seu próprio conceito e poder responder à pergunta por conta própria.

Por fim, friso que rar,u prprio conceito, e poder responder a pergunta por conta propria.nalina, ou algo para poder se exibir. Alguns ainda pasnão estou falando de nenhum monstro de sete cabeças que vai te dar mais trabalho do que cuidar de um tiranossauro. Nem mandando você se torna um expert no assunto e gravar datas e nomes, afinal, se eu comecei a treinar sem saber porra nenhuma, quem sou eu pra mandar alguém fazer diferente? Não deixe o medo ou a desinformação te impedir de participar de um treino, até porque, continuando ou não, é uma experiência que vale a pena. Mas garanto que seus primeiros treinos vão ser bem mais agradáveis se o que você tiver em mente não bate de cara com a realidade.

Pois é galera, esse foi o nosso segundo “Fala Tracer!” com a contribuição do Stephan Dylan (Xixi).  Se você quiser ver o seu texto publicado aqui é só mandar um e-mail para: contato@parkoursalvador.com.br

Estamos te esperando e até a próxima!

2 comentários:

Duddu Rocha disse...

Caralho, eu confesso que esperava um texto bom de conteúdo mas não um tão bem escrito. Não sabia que os dotes do Xixi com lapis e papel eram tão bons.

Gostei muito do relato. Bastante pertinente, subjetivo e sincero. Acho que de tempos em tempos todos (independente do tempo de treino) deveriam colocar a mão na consciencia e fazer esse tipo de análise.

Vinicius disse...

Concordo com Duddu, gostei da sua forma de escrever Xixi.
Agora, n concordo em exaltar o parkour em relação a outras práticas ditas como "Esporte Radical". Se analisarmos o Surf por exemplo, podemos encontrar dificuldades(que podem te matar inclusive)e filosófias que são levadas a sério, enfim, tirando o caráter utilitarista que existe no parkour, o surf, escalada e outros esportes radicais podem se comparar ao parkour quando se trata de inciantes que não sabem levar a prática com seriedade. Acho muito construtivo o que xixi postou, mas coloco esta "nota" para levarmos numa próxima discussão.

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